Espécie símbolo do Brasil, a onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas e o terceiro em âmbito global, ficando atrás apenas do tigre (Panthera tigres) e do leão (Panthera leo). Este majestoso animal, no topo da cadeia alimentar, é admirado por sua beleza e respeitado por sua força, mas, sem dúvida, desempenha um papel vital na conservação ambiental.
A presença da onça-pintada em uma região é um indicador da qualidade ambiental. Sua ocorrência no território aponta que a área oferece boas condições que permitem a sua sobrevivência. Entretanto, as constantes mudanças ambientais, por vezes provocadas por interferências humanas na natureza, estão reduzindo sua presença nas florestas, incluindo as brasileiras.
Segundo a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), a onça-pintada está classificada como “quase ameaçada”. Especificamente no Brasil, a categorização muda para “vulnerável”.
Originalmente, a onça-pintada estava presente desde os Estados Unidos até a Argentina. Agora, está extinta no território americano e raramente é encontrada no México. No Brasil, o país que possui a maior população da espécie, o qual abriga cerca de 50% das onças-pintadas existentes no mundo, havia ocorrência em todos os biomas, contudo, no Pampa, o felino é considerado extinto.
Tendo em vista este cenário, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) criou o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Grandes Felinos onde apresenta ações essenciais para promover a conservação tanto da onça-pintada quanto da onça-parda (Puma concolor), outro felino que também encontra-se em vulnerabilidade no país.
Uma iniciativa importante pela da conservação dessa espécie, foi a oficialização do dia 29 de novembro como o Dia Nacional da Onça-Pintada. A data tem como objetivo conscientizar a população sobre o papel ecológico fundamental das onças-pintadas na manutenção de ecossistemas saudáveis, essencial para todos, incluindo os seres humanos.
Onças-pintadas do Legado Verdes do Cerrado
Assim como as instituições brasileiras, a Organização das Nações Unidas (ONU) também se preocupa com a biodiversidade. Não é à toa que um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o ODS 15 – Vida Terrestre, destaca a importância da proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres a fim de deter a perda da biodiversidade, como o risco de extinção das onças-pintadas.
Neste contexto, o Legado Verdes do Cerrado, assume um papel de destaque como um território fundamental para a proteção da onça-pintada, compreendendo uma área de 32 mil hectares, de propriedade da CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, em alto grau de conservação. Importante mencionar que o Cerrado é um bioma cuja onça-pintada é classificada como “Em Perigo”, de acordo com Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado pelo ICMbio.
A presença da onça-pintada já foi registrada cinco vezes no Legado Verdes do Cerrado – o primeiro avistamento aconteceu em 2019; o último em agosto de 2022. Além desses flagras, as câmeras de monitoramento da Reserva também captaram a presença de uma onça-preta no território, isto é, uma Panthera onca com melanismo, uma condição genética que deixa a sua pelagem toda preta.
Esses registros ajudam a reafirmar a importância ambiental do Legado Verdes do Cerrado, uma vez que estimativas apontam que restam somente 250 onças-pintadas no Cerrado.
* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado Verdes do Cerrado.