Ema: guardiã do equilíbrio ecológico

Ema (Rhea americana) | Foto: Legado Verdes do Cerrado

Ave nativa da América do Sul e maior dentre as que podem ser encontradas no território brasileiro, a ema (Rhea americana) destaca-se por seu porte imponente e sua importância ecológica.

Conhecidas por sua habilidade em cruzar vastas planícies e pela semelhança com os avestruzes (Struthio camelus), as emas têm um papel fundamental na manutenção dos ecossistemas onde vivem. Por isso, descobrir mais sobre elas é uma forma de valorizar, entender e reconhecer melhor a importância e a necessidade de sua conservação.

Como aves onívoras, as emas possuem uma dieta variada. Ao consumirem frutos, dispersam sementes por onde passam, as quais promovem a regeneração de florestas nativas por meio do crescimento de uma vegetação mais diversificada e rica, o que beneficia o solo, as plantas e até mesmo outros animais daquele habitat. E ao alimentar-se de insetos e pequenos vertebrados, colaboram naturalmente no controle de pragas, evitando desequilíbrios ecológicos.

As emas também servem como indicadoras de qualidade ambiental. Por serem aves de grande porte que dependem de vastas áreas para sobreviver, sua presença em uma região, pode sinalizar que o ambiente é saudável e biodiverso. Este aspecto as torna essenciais para a avaliação de práticas de conservação e proteção de ecossistemas.

Ema (Rhea americana) | Foto: Legado Verdes do Cerrado

Emas x avestruzes

Apesar de ambas serem aves ratitas, isto é, aves terrestres que possuem estrutura corporal adaptada para correr em vez de voar, e terem características físicas e alimentares semelhantes, emas e avestruzes apresentam muitas diferenças. A primeira delas é em relação a origem, enquanto a ema é nativa da América do Sul, o avestruz é uma espécie africana.

Agora, quando o assunto é tamanho, o avestruz se destaca. Os machos são as maiores aves do mundo capazes de atingir até 3 metros de altura e pesar 150 quilos, já as emas atingem cerca de 1,7 metros de altura e dificilmente passam de 35 quilos.

Além de se destacar por ser a maior ave do planeta, podendo atingir até três metros de altura e pesar cerca de 150 quilos, os avestruzes são animais gregários – vivem em bandos – e seus grupos podem chegar a até 50 indivíduos. Já as emas são consideradas como as maiores aves do Brasil, mas não ultrapassam os 35 quilos.

Ema (Rhea americana) | Foto: Legado Verdes do Cerrado

A plumagem também é distinta. A ema possui penas acinzentadas e mais macias, que ajudam a se camuflar, por outro lado, o avestruz apresenta pemas mais escuras e resistentes.

Outro ponto curioso é que a ema possui três dedos em cada pata, enquanto a avestruz tem apenas dois. No entanto, ambas as espécies são conhecidas pela força e velocidade de suas pernas, podendo chegar a 60km/h e 70km/h, respectivamente, o que as ajudam na defesa de seus predadores.

Proteção

Classificada como quase ameaçada pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (em inglês IUCN), a ema enfrenta alguns riscos. O órgão indica que população da espécie diminuiu acentuadamente devido à caça por sua carne e ovos, e pela exportação de peles e plumas. Além disso, revela que a substituição de áreas de vegetação nativa por plantações e pastagens, especificamente nos Pampas e Cerrado está causando declínio e isolamento crescente da população remanescente.

Tendo em vista esse cenário, medidas de conservação e conscientização sobre a importância da ema são cruciais para a proteção da espécie. No Legado Verdes do Cerrado, primeira Reserva Privada de Desenvolvimento Sustentável de Goiás e do bioma Cerrado no Brasil, por exemplo, as emas são muito avistadas no território de 32 mil hectares de vegetação nativa, provando que negócios convencionais e da nova economia são capazes de serem executados ao mesmo tempo em que promovem o respeito e a conservação da biodiversidade.

Ema (Rhea americana) | Foto: Legado Verdes do Cerrado

As emas são mais que aves fascinantes; são guardiãs dos ecossistemas. Com seus passos largos e firmes, dispersam sementes que se renascem florestas, nutrindo o ciclo natural do meio ambiente. Por isso, ao proteger as emas, estamos não apenas resguardando uma espécie, mas cultivando a prosperidade de todas.

* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdos para o Legado Verdes do Cerrado.

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