Restauração Ecológica no Cerrado: conservando a biodiversidade, recuperando ecossistemas

O Cerrado é dos biomas mais ricos e biodiversos do planeta e, em meio aos desafios, a prática da restauração ecológica emerge como uma poderosa ferramenta para a conservação e recuperação deste bioma.

Mais do que simplesmente replantar árvores, a restauração ecológica abrange um conjunto de estratégias integradas que visam restabelecer a saúde e a funcionalidade dos ecossistemas degradados. Isso inclui desde a reintrodução de espécies nativas até a gestão sustentável de áreas afetadas pela atividade humana.

Atualmente, cerca de 25% das áreas terrestres mundiais estão degradadas, ou seja, para atingir as metas globais até 2030, seria necessário restaurar 350 milhões de hectares, os quais poderiam gerar 9 bilhões de dólares em serviços ecossistêmicos, além de retirar de 13 a 26 gigatoneladas de gases do efeito estufa da atmosfera, conforme indicam dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Contudo, dentro da “Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas”, o compromisso mundial é restaurar aproximadamente 1 bilhão de hectares.

Especificamente no Brasil, de acordo com informações do Observatório da Restauração e Reflorestamento, mais de 79 mil hectares já foram restaurados e o Cerrado aparece como o segundo bioma que mais concentra áreas recuperadas, com mais de 4.2 mil hectares.  

Restauração ecológica e o Legado Verdes do Cerrado

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Cerrado abriga cerca de 11,6 mil espécies de plantas nativas já catalogadas. Presente neste bioma, o Legado Verdes do Cerrado, Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável, de propriedade da CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, já catalogou em seu território o equivalente a 12% de todas essas espécies de flora já mapeadas no Cerrado, sendo que deste total, 2% são de espécies endêmicas, isto é, que só podem ser encontradas em tal ecossistema, o que torna a área um valioso território para a conservação do bioma.

Ciente da importância de sua flora, o Legado Verdes do Cerrado (LVC), por meio do seu Centro de Biodiversidade do Cerrado (CBC), alia a expertise das pesquisas científicas realizadas no território à produção inteligente de mais de 50 espécies nativas, sendo algumas raras ou ameaçadas de extinção, com o foco em restauração ecológica e paisagismo.

Coordenada pela Reservas Votorantim, gestora da área e responsável pelos serviços de restauração realizados pelo Legado Verdes do Cerrado, a equipe de restauração ecológica do LVC tem expertise para atuar em todo o Brasil, e até o momento já restaurou mais de 120 hectares de áreas nativas. Somente em 2023, por intermédio da sua gestora, conseguiu acessar mercados em outros estados, como Minas Gerais e, produziu mais de 20 mil mudas voltadas a projetos de restauração ecológica para compensação ambiental, corroborando seu compromisso em recuperar e manter o Cerrado em pé.

Legado Verdes do Cerrado | Foto: David Canassa

A restauração ecológica no Cerrado não apenas representa uma esperança para seu futuro, mas também se torna uma necessidade urgente diante dos desafios ambientais globais.

Investir na reintegração de espécies nativas, recuperar áreas degradadas e fortalecer a conexão entre os fragmentos remanescentes deste bioma são medidas cruciais para proteger sua biodiversidade. Isso garante a saúde e o equilíbrio do meio ambiente, como conserva os serviços ecossistêmicos essenciais para as gerações futuras.

Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdos para o Legado Verdes do Cerrado.

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